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Olivier Valsecchi: Surpreendentes imagens de corpos nus com cinzas
A fotografia é uma arte capaz de manifestar sentimentos e
provocar reflexões. A série “I am Dust” do fotógrafo parisiense Olivier
Valsecchi exemplifica isso ao apresentar imagens de corpos nus banhados em
cinzas, convidando o espectador a meditar sobre nascimento, vida, morte e
renascimento.
Nessas imagens, os corpos se tornam superfícies para transmitir luz e pó, parecendo quase sem vida, com um toque de abstração.
Olivier Valsecchi, inspirado em suas crenças sobre reencarnação, capturou corpos nus em movimento cobertos de cinza, expressando suas convicções de forma criativa.
Esse trabalho lhe rendeu exposições no Museu du Château d'Eau em Toulouse, em 2013, além de diversos prêmios internacionais, como o Hasselblad Masters 2012 na categoria Fine Art e o Grand Prix Photographie de 2009.
Seu trabalho nunca deixa de despertar o interesse da imprensa internacional.
Nascido em 1979, Valsecchi começou sua carreira na música e só se interessou por fotografia ao tirar algumas fotos para ilustrar capas de discos. Passou dez anos produzindo autorretratos por diversão até decidir aprimorar sua técnica.
Em 2007, matriculou-se na Escola de Fotografia APTL, em Toulouse.
O trabalho de Valsecchi é impressionante, com foco no corpo humano, movimento e dimensão. Essas características são evidentes em “I am Dust” (Eu sou poeira), de 2009. Segundo Olivier.
“Tudo começou com a sensação de que eu havia dormido em um casulo por muito tempo e precisava sair dele. Era sobre reinventar-se, renascer, explorar novos caminhos.”
Lembrança de morte, nascimento e renascimento
Para criar essas fotos, Valsecchi inicialmente tentou usar uma máquina de fumaça para obter o efeito visual desejado, mas descobriu que as cinzas reais de uma chaminé eram mais eficazes.
Apesar das três horas de limpeza necessárias após cada sessão, o resultado valeu a pena: uma série de retratos dinâmicos e esteticamente deslumbrantes.
Durante dois meses, em um galpão abandonado ao som dos ritmos tribais de Kate Bush, do álbum "The Dreaming", ele e seus modelos trabalharam até a exaustão, quase ao ponto de esgotamento total.
Foi nesse ponto exato que a mente se desencarnou do corpo, deixando para trás a carne e revelando a força do subconsciente.
Cada foto representa o processo de metamorfose. A inspiração veio da definição de caos de Ovídio (poeta romano), que o descreve como uma massa confusa de luz e escuridão, ordem e desordem, líquido e etéreo, explodindo para dar luz aos elementos que contém.
Olivier cuida de todo o processo de produção e criação de suas séries. As imagens são capturadas no momento exato, refletindo sua intuição pessoal.
Como se libertas de uma inconsciência desordenada, as fotografias nos remetem à lembrança de morte, nascimento e renascimento.
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