Desabafo sobre a solidão

Tippi: A menina da África versão Mogli

Tippi: A menina da África versão Mogli


A história real da menina que viveu na selva Africana

Tippi Benjamine Okanti Degre é uma criança que teve uma infância bem diferente das demais, sendo conhecida mundialmente como “Mogli da vida real”.

Isso porque ela nasceu e cresceu em meio às fantásticas paisagens africanas e também cercada de animais selvagens, convivendo com diferentes espécies e fazendo amigos inusitados.

Os pais Sylvie Robert e Alain Degre, fotógrafos franceses da vida selvagem, viajaram por toda a África com a filha. A aventura começou quando Tippi nasceu na Namíbia e terminou com a sua visita a países como o Botswana, o Zimbabwe e a África do Sul.

Essa é a história real da menina francesa que viveu até os 10 anos na selva africana. As imagens publicadas estão por todo o mundo no livro Tippi: My Book of Africa (Tippi: O meu livro da África).

Fotografias que nos mostram uma conexão singular entre o ser humano e os animais.



Tippi se sentia à vontade com os animais selvagens, costumava se comunicar com eles através do olhar e com o coração. 

Sempre usando sua inocência e imaginação, fez amizade com um dos gigantes do reino animal, um elefante africano de 28 anos chamado Abu que Tippi o tinha como “irmão”.

A menina cresceu em total liberdade era como ter um enorme quintal, só que não havia crianças por perto, então brincava com um leopardo chamado J&B; que era seu melhor amigo, um avestruz, um crocodilo, alguns leões, girafas, zebras, cobras, camaleões e quem mais quisesse participar.

No livro podemos ver fotos incríveis como: Tippi sentada nas costas de um avestruz, deitada tranquilamente com um caracal, brincando com um elefante entre outras. 

Podemos observar um entrosamento incomum, mas tranquilo, entre o homem e a fera. Mas ela já foi atacada sim, por um suricato, este lhe deu duas mordidas.

Curiosamente o nome do meio de Tippi é Okanti, que significa suricato, em dialeto namíbio, eles eram parte da sua família na África. Em certa ocasião, os pais de Tippi, Sylvie e Alain filmaram um dos povos mais antigos da África, a tribo San Bushmen, que vive da caça e coleta no deserto de Kalahari. 

Tippi passou um dia inteiro sozinha com o grupo. Ela se vestiu e brincou como as outras crianças da tribo. Tippi também é considerada uma criança índigo, estas que são geralmente classificadas como possuidoras de habilidades sociais mais refinadas, maior sensibilidade e ainda segundo alguns, um ser mais evoluído. 

O que ela é ou deixa de ser não sabemos, mas especial certamente é.

Aos 10 anos, Tippi se mudou com os pais para Paris e foi matriculada na escola, mas após dois anos precisou voltar a estudar em casa, por ter “pouca coisa em comum” com as outras crianças. 

Na África ela teve uma infância extraordinária, era um mundo mágico. Paris não era o mundo de Tippi, por isso ela não conseguia se adaptar. Os relatórios da escola diziam que ela não participava, não falava. Sentava-se longe dos outros colegas de sala. 

Sentia-se uma estranha e tinha dificuldade em fazer amigos.



Logo que chegou a Paris, foi questionada sobre sua nacionalidade e ela respondeu: “Sou africana.” Hoje em dia, dá a mesma resposta: “Sou africana.”, diz ela. ”Sinto-o no coração. Não tem nada a ver com nacionalidade.” 

Em Tippi: O Meu Livro da África, editado depois do seu regresso a França, ela escreve: “Todas as pessoas têm problemas. Eu nunca tive um problema enquanto vivi na selva da África.”.

Escreve também: “Quando regressei a França, tentava falar com os passarinhos, com os cães, com os pombos, gatos, vacas e cavalos. Mas não funcionava. Não sei por quê? Eu acho que é porque o meu verdadeiro país é a África, não é a França”.

Pudera, em Paris, Tippi encontrou um mundo completamente diferente. Sentiu como se a África tivesse-lhe sido arrancada injustamente. Ela não reclama, mas também não fala sobre o assunto. 

Deve ter sido difícil para Tippi adaptar-se à vida urbana em Paris no ano 2000. Com a agravante de os pais terem decidido separar-se logo que chegaram à França, depois de 25 anos juntos.



Tippi mora em Paris, tem pouco mais de 20 anos e estuda cinema na Sorbonne Nouvelle University, mas ainda hoje continua a ter dificuldades em conciliar dos dois mundos diferentes em que viveu. Tippi teve que se habituar a outra selva, a de concreto.

Difícil saber como Tippi está, pois é raro encontrar fotos dela adulta, só no blog pessoal da mesma, no entanto, não o atualiza desde 2010, mas parece improvável que a vida não a leve de volta à África. Segundo Sylvie, sua mãe, “É na África que está o coração de Tippi".

OBS.: Fotos da menina crescidas são raras, mas encontramos essa na qual ela visita uma tribo africana depois de alguns anos.

UPDATE: A leitora Rebecca Duarte nos enviou o link do blog de Tippi Degré. Ela não atualiza desde 2010 e o conteúdo é em francês, mas quem gostou da história pode passar lá pra saber mais informações. Inclusive tem mais fotos dela mais velha.


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