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Vida Loka (Parte II - 25 anos) – Racionais MC’s
Nomes emblemáticos da cultura brasileira
“Um homem na estrada recomeça sua vida. Sua finalidade: a sua liberdade.Mano Brown, Edi Rock, Ice Blue e KL Jay, nome dos representantes do rap nacional, são eles o Racionais MC’s que seguem na estrada sem aparecer nas grandes mídias e festivais.
Que foi perdida, subtraída; e quer provar a si mesmo que realmente mudou,
que se recuperou e quer viver em paz, não olhar para trás, dizer ao crime: nunca mais”.
Este ano (2.014), Mano Brown e seus parceiros estão celebrando os 25 anos do Racionais MC's com uma série de shows em várias cidades brasileiras. Essa trajetória é digna de comemoração, pois o grupo deu voz e rosto a uma parte da população que estava invisível.
Entre tantas conquistas, eles elevaram o rap ao cenário da música brasileira, marcando presença e influenciando gerações.
O impacto provocado na mídia, pessoas e afins por eles é indiscutível e vai repercutir por muitos anos ainda.
Considerados pelos críticos, admiradores e estudiosos de música como um dos nomes mais emblemáticos e valorosos da cultura brasileira.
“À toda comunidade pobre da zona sulTínhamos também Gabriel o Pensador, em alta na mídia, cantava rap para a classe média carioca, mas mesmo assim o rap ainda era discriminado, marginalizado, ninguém (ou quase ninguém) ouvia.
Chegou fim de semana todos querem diversão
Só alegria nós estamos no verão, mês de janeiro
São paulo, zona sul”…O Racionais MC’s trouxeram para as rádios FMs o som da periferia, a dura realidade da favela, discutindo temas como pobreza, desigualdade, preconceito social e drogas."
O Racionais lançaram os discos “Holocausto Urbano” (1990), “Escolha seu Caminho” (1992) e “Raio X do Brasil” (1993). Após alguns anos parados voltam em 1997 com o disco “Sobrevivendo no Inferno”, foi o auge do Racionais.
Agora sim, o rap ganhou espaço de destaque na mídia e a música negra ganhou a merecida e batalhada notoriedade.
O disco trazia obras primas, músicas quilométricas de até 11 minutos, sons que fizeram muitas pessoas imaginarem como era a vida na favela e até a dos presidiários em “Diário de um Detento”.
O clipe desta música ganhou o Video Music Brasil na categoria Escolha da Audiência, em 1998, fazendo com que o grupo do Mano Brown reinasse em absoluto no cenário do rap nacional.
“Aqui estou, mais um diaNo mais, um disco com protestos velados e composições bem feitas. Impressionando com suas letras de abordagem racial, politica e social. Questões essas que viraram hinos, cantado por mais de 50 mil manos e minas.
Sob o olhar sanguinário do vigia
Você não sabe como é caminhar com a cabeça na mira de uma HK
Metralhadora alemã ou de Israel
Estraçalha ladrão que nem papel…”
“Dim dim dom Rap é o som
Que emana no opala marrom, E aí”?
Sim, havia muitos “opalas marrons” passeando pelas ruas ouvindo Racionais com o som no talo.
“Sobrevivendo No Inferno” ainda teve clássicos como “Capitulo 4 Versículo 3” e “Mágico de Oz”, letra que chamava a atenção narrando as dificuldades de quem é pobre e negro no Brasil.
“Aquele moleque, que sobrevive como manda o dia a dia
Tá na correria, como vive a maioria, preto desde nascença, escuro de sol
Eu tô pra vê ali igual, no futebol. Sair um dia das ruas é a meta final
Viver decente, sem ter na mente o mal…”

Não podendo esquecer-se da fantástica “Tô ouvindo alguém me chamar”, que narra a história de Guina e seu parceiro, personagem este que está na cama de um hospital à beira da morte e começa a lembrar de como ele foi parar ali.
Ao final da música ele morre, de acordo com o som do aparelho que mede os batimentos cardíacos. Como são comuns histórias como essa, e quantos “Guinas” existem por aí.
“Lembro que um dia o Guina me falouEm 2002, o grupo lançou “Nada Como um Dia Após o Outro Dia”, disco duplo que foi bem recebido pela crítica. Trouxe sucessos como “Vida Loka”, “Negro Drama”, “Jesus Chorou” e “Estilo Cachorro”. Em 2006, o grupo lançou “1000 Trutas, 1000 Tretas”, primeiro DVD do grupo. No DVD podemos ver um show de verdade de um grupo de verdade, que sem firulas empolga até quem está sentado no sofá.
Que não sabia bem o que era amor
Falava quando era criança
Uma mistura de ódio, frustração e dor
De como era humilhante ir pra escola
Usando a roupa dada de esmola
De ter um pai inútil, digno de dó
Mais um bêbado, filho da puta e só”
Na música “Jesus Chorou” o rapper parece fazer um lamento que reflete o estado de pensamento do homem moderno, frustração, medo, reconhecimento e um lamento pessoal, pois já foi muito criticado, inclusive por seu êxito financeiro.
É como se ele dissesse: Jesus também foi injustiçado e chorou, quem disse que eu não posso chorar?
“A lágrima de um homem vai cair,E claro não podemos deixar de falar do ápice do DVD, a música “Negro Drama”. Impossível não “senti-la”, cada palavra, frase, batida. Música esta, feita para você que insistentemente continua a julgar o rap como som de ladrão, maloqueiro.
Esse é o seu B.O. Pra eternidade,
Diz que homem não chora,
Ta bom, falou, não vai pra grupo irmão,
ai Jesus chorou!”
“Inacreditável, mas seu filho me imita
No meio de vocês, ele é o mais esperto
Ginga e fala gíria, Gíria não, dialeto
Esse não é mais seu. Ó, Subiu!
Entrei pelo seu rádio. Tomei. Cê nem viu…”
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