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Da euforia à melancolia em um click

As redes sociais se tornaram o novo vício do século XXI, um vício que gera status. Pessoas se orgulham em dizer que têm 900, 1000, 2000 amigos. Será que alguém pode realmente ter esses milhares de amigos? Vão se iludindo, achando que mais é melhor.
Mais amigos, mais "likes", colocando a própria imagem em julgamento, mostrando alegrias, conquistas e sucesso.
Embora também haja aqueles que se lamentam, falando sobre frustrações (#mimimi) ou tristezas, no intuito de conseguir empatia e conselhos. Pena que, às vezes, esses são os mesmos que, cinco minutos antes, tentaram nos enfiar sua felicidade goela abaixo na nossa timeline.
Você já se perguntou se é narcisista? Se você tem um perfil no Facebook, provavelmente seja um. O narcisismo não é só aquele que se ama e se acha lindo, mas também a vontade de aparecer e de mostrar a todos como se é feliz e popular.
Você já se perguntou se é narcisista?
Freud acreditava que algum nível de narcisismo constitui uma parte de todos nós desde o nascimento, nível esse que deve aumentar muito no Facebook e demais redes sociais.Todo mundo posta algo com a intenção de conseguir algum tipo de feedback, às vezes propagandeando uma felicidade fantasiosa para ganhar elogios e se sentir menos sozinho.
Lembrando que a diferença entre estar sozinho e se sentir sozinho é importante, mas será que são as redes sociais que fazem as pessoas se isolarem ou as pessoas se isolam e aí vão procurar as redes?
E assim vai crescendo o desejo das pessoas em se reconhecerem através dos olhos dos outros. Jacques Lacan já escreveu: "o desejo do homem é o desejo do Outro".
Passamos a agir e desejar de acordo com essa imagem que nos foi fornecida.Afinal, vivemos na sociedade do espetáculo, como bem caracterizada pelos pensadores Zygmunt Bauman e Guy Debord, marcando a cultura da vaidade e a necessidade da aprovação do outro para nos enxergarmos.
Nessa mesma sociedade, é natural indicar seus passos 24 horas por dia, fazendo check-in em qualquer lugar, compartilhando informações, compras, fotos íntimas. Enfim, faz-se do dia a dia um espetáculo com plateia, uma exagerada exposição virtual.
Tudo bem, é inevitável que isso aconteça, afinal é um site de relacionamento, mas tanto para a vida real quanto para a virtual se faz indispensável um pouco de preservação e privacidade.

Segundo estudos, existe essa falsa euforia de grande espaço social, onde muitas dessas pessoas vivenciam descontentamento, pois vivem de aparência e estão sempre em estado de melancolia.
Seria o Facebook então um fenômeno de anomia? Este conceito, amplamente estudado na psicologia, refere-se ao estabelecimento de vínculos fracos com os outros.
Segundo a concepção de Durkheim, a anomia expressa a crise, a perda de efetividade ou o desmoronamento das normas e dos valores vigentes em uma sociedade.
Finalizando, vale lembrar que o mundo virtual faz parte do mundo real. Não é um “universo paralelo”.
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